Tratamento com toxina botulínica
Mais conhecido pela marca BOTOX®, a toxina botulínica é utilizada no tratamento de inúmeras doenças que causam contrações musculares involuntárias como: distonia, espasmo hemifacial, espasticidade (pós AVC, paralisia cerebral), blefaroespasmo e outras.
No Brasil, o tratamento possui cobertura obrigatória pelos planos de saúde para o tratamento de algumas doenças, e disponível também em centros de referências pelo SUS.
Segue abaixo alguns exemplos de tratamentos oferecidos:
A lesão cerebral causada pelo AVC ou TCE pode gerar um aumento do tônus muscular/ rigidez muscular, gerando posturas anormais nos membros.
Como parte do tratamento de reabilitação, a infiltração intramuscular com toxina botulínica proporciona muitos benefícios para esses pacientes, capaz de "relaxar" o músculo tratado por um período de 2 à 6 meses.
A seleção dos músculos a serem tratados/ “relaxados” depende de objetivos (ex.: permitir que o paciente permaneça com a "mão aberta”, caminhar sem que fique na “ponta do pé”/ pé equino), construídos pelo médico, paciente e equipe multidisciplinar.
A paralisia cerebral consiste em uma injúria no cérebro em desenvolvimento, podendo se instalar durante a gestação (intra-útero) e até a primeira infância.
Os distúrbios de movimento mais comuns podem se apresentar na forma da espasticidade (aumento do tônus muscular/ "rigidez muscular”) e/ ou distonia, em que o paciente apresenta movimentos involuntários ou alterações posturais.
O bloqueio com toxina botulínica ajuda a corrigir posturas e movimentos involuntários dos membros através do "relaxamento" seletivo dos músculos bloqueados.
A doença se manifesta pelo desvio postural e/ ou movimentação involuntária da cabeça e/ou pescoço. Em muitos casos não é possível determinar a causa da doença, podendo surgir de forma abrupta.
Com alto impacto qualidade de vida, dificulta tarefas como dirigir, ler e trabalhar. Quadros dolorosos são frequentes dos indivíduos portadores dessa doença. O tratamento com a toxina botulínica melhora a postura e movimentação cervical involuntária, melhorando também a dor e qualidade de vida.
O termo cãibra do escrivão é utilizado para descrever a contração involuntária de alguns músculos dos membros superiores durante a atividade de escrita.
Logo, trata-se de uma DISTONIA tarefa-específica (escrita).
Os primeiros sinais dessa patologia se manifestam pela alteração da grafia/ letra do paciente, evoluindo com dificuldade para escrita e em alguns casos impossibilitando esta atividade.
Assim como a cãibra do escrivão, a DISTONIA DO MÚSICO também é uma Distonia tarefa-específica que, nesse caso, se manifesta quando o músico toca seu instrumento (ex.: violão, piano, flauta). Os pacientes geralmente são músicos profissionais de alta performance ou estudantes assíduos que se dedicam à atividade por longos períodos ao dia.
A principal queixa é de falta de controle sobre o movimento de uma parte do corpo ao tocar o instrumento (ex.: dedo, punho, ombro), podendo impossibilitar a sua prática.
A avaliação clínica minuciosa permite identificar os grupos musculares acometidos, sendo muito importante distinguir os músculos distônicos de movimentos COMPENSATÓRIOS relacionados à distonia.
A avaliação clínica juntamente com o MAPEAMENTO ELETRONEUROMIOGRÁFICO dos grupos musculares envolvidos permitem a correta seleção de músculos a serem tratados com a toxina botulínica, reduzindo a probabilidade de enfraquecimento excessivo durante o tratamento.
O espasmo hemifacial e o blefarospasmo são doenças de início súbito, que se caracterizam pela ativação/ contração involuntária de músculos da face. Em alguns casos, exames de imagem são capazes de identificar a causa dessa doença. Porém, a avaliação clínica é na maioria dos casos suficiente para o diagnóstico.
O tratamento com toxina botulínica dos músculos que se contraem involuntariamente é capaz de amenizar o desconforto e prejuízos funcionais (ler, dirigir, interação social, etc).
A produção excessiva de saliva e/ou ou dificuldade de “engolir” pode causar complicações respiratórias em pacientes que possuem alguma doença do sistema nervoso central.
Para esses pacientes, o bloqueio das glândulas salivares com toxina botulínica proporciona uma redução importante da produção da saliva.
Dentre os pacientes mais beneficiados com o tratamento estão as crianças com diagnóstico de Paralisia Cerebral e adultos com Doença de Parkinson e Esclerose Lateral Amiotrófica.